segunda-feira, 17 de novembro de 2014

LIVRO: NIETZSCHE NA ITÁLIA - A viagem que mudou os rumos da Filosofia - PAOLO D'IORIO


D'Iorio, Paolo. 1ª ed. Zahar, 2014.
214 páginas
Tradução: Joana Angélica d'Avila Melo
Título Original: Le voyage de Nietzsche à Sorrente (Genèse de la philosophie de l'esprit libre)

No outono de 1876 Nietzsche parte para o Sul, na Itália, para passar um ano sabático à convite de sua amiga Malwida von Meysenburg acompanhado de seu amigo Paul Rée com quem rompera mais tarde por causa de Lou-Andreas Salomé. Outro amigo se junta a eles, Albert Brenner.

Esta viagem será o divisor de águas entre o que Nietzsche havia dito antes e o que passa então a pensar e escrever em seus livros, após o rompimento com Richard Wagner devido seu cristianismo. É o Nietzsche mais verdadeiro que aparece e o que ele realmente pensa e sente. Ele abandona a ideia wagneriana de renovar a cultura alemã que defendeu em "O nascimento da Tragédia".

Será em Sorrento que ele irá começar a escrever "Humano, demasiado humano" adotando a partir daí o aforismo como estilo de escrita. Nesta temporada também surgirá seus esboços para "Assim falava Zaratrusta" que é repleto de referências às experiências vividas e também aos lugares que mais impressionaram Nietzsche.

O livro é um relato desta viagem, mas também uma apresentação acessível da filosofia de Nietzsche e de como suas ideias amadureceram. Muitos dos que admiravam sua filosofia anterior romperam com ele, exceto sua amiga Malwida, que manteve intacta sua esperança que isto seria uma fase passageira e que ele retornaria a sua antiga filosofia, não se dando conta que foi justamente esta outra fase que foi uma passagem para a filosofia definitiva de Nietzsche.

Há passagens extremamente interessantes e explicativas, como a da Epifania que muito me interessou e também sobre os sinos.

Paolo D'Iorio nasceu em 24 de Setembro de 1963 em Seravezza, Italia. É filósofo, tendo se formado na Universidade de Pisa. Continuou seus estudos na École Normale Supérieure em Paris. É especialista em Nietzsche. 

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